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Hermes Vigne

Blog do historiador, escritor e professor gaúcho Hermes Vigne, autor de livros como "Trindade do Sul da Serra do Lobo", "Na Vida Tudo é Poesia" e "Belas Histórias Que Papai Contava".

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Hermes Vigne#

Nascido em 9 de janeiro de 1940 em Liberato Salzano - RS, o historiador, escritor e professor Hermes Vigne é autor de vários livros, entre eles "Na Vida Tudo é Poesia", "Belas Histórias Que Papai Contava" e "Trindade do Sul da Serra do Lobo", este último dedicado a contar a história de Trindade do Sul - RS, que o historiador acompanhou desde sua fundação.
Hermes Vigne reside e trabalha, atualmente, como professor, em Trindade do Sul - RS.


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  4. Duas Ditaduras

Duas Ditaduras#

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Vivendo os dias conturbados que meu (nosso) Pais vem atravessando, aos quatro ventos, crises (com muitos precedentes, é verdade) que desestabilizam toda sociedade de bem que ainda há no Brasil, principalmente nas esferas públicas e nas institucionais, faz nos sentirmos apavorados, receosos e inseguros. Não é necessário sermos intelectuais para assimilar que estamos entre duas correntes protagonistas medindo forças antagônicas. Infelizes nós que pregamos a ordem, o bem e a paz sentirmo-nos ao meio de rebeldias adotadas pelos responsáveis incompetentes que, a favor do PODER, ironizam "democracia” e nos jogam no medo, no temor e na insegurança social e econômica.
Diante dessas instabilidades empurradas nas ruas, destruindo bens públicos e privados, exceto a falecida democracia que já foi destruída, lembrei que, há poucos dias, convidado para "dialogar” sobre a Segunda Guerra Mundial e Getúlio Vargas, com uma turma de alunos, comentei que já vivi em duas Ditaduras. Quando criança, na 2ª Guerra Mundial com a ditadura de Getúlio Vargas, que apoiava a Alemanha, com isso, ou por isso, proibiu línguas estrangeiras no Brasil, principalmente o Italiano, uma vez que, no início, a Itália lutava contra a Alemanha. Entre os 3 aos 6 anos, vivendo numa comunidade de descendentes de imigrantes italianos, falando tão somente a língua que meus avós trouxeram da Itália. Como no Brasil imperava o tímido "Comissariado”, os legítimos homens da Lei, toda vez que se aproximasse da nossa casa um denominado ‘caboclo’, uma vez que todo comissário, no interior era caboclo que melhor sabia se comunicar em Português, então, eu devia esconder-me debaixo da cama, por ordem dos pais que tinham medo que falasse algo (eu só sabia falar o italiano) e eles fossem presos por não impor o Português, desobedecendo às Leis em sua casa. Na época, um Comissário, ou Inspetor, exercia poder absoluto: poder de inspecionar, intimar, prender, aprisionar em seu domicílio, levar para a cadeia distrital, etc., etc. A fora o sofrimento de passar horas escondidos, e de não poder passar a cultura do Italiano às futuras gerações, não sofremos perseguições, o que aconteceu com muitos dos nossos compatriotas. (História looooonga).
A segunda ditadura foi a partir de 1964. Diante de ocorrências semelhantes, ou iguais às atuais que convivemos. Posso assegurar, pessoalmente, que foi o que aconteceu na época: assassinatos, vandalismo, desocupados e rebeldes querendo um lugar no poder, enfrentando autoridades, por si próprios ou por encomenda, ou ainda por heroísmo. Eu e meus familiares, pacificamente continuamos com nossos afazeres, com nossos trabalhos, vivendo "na ditadura, mas não à Ditadura’. Não cobiçávamos poder. Fomos criados sob educação, respeito, trabalho e solidariedade, sem molestar e nem sermos molestados por ninguém. Enfim, vivemos às leis dos pais, dos vizinhos e dos professores, sem o direito, menos o dever, de provocar de enfrentar autoridades, nem provocar badernas. Pobres, mas vivemos em paz. Amém.

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