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Hermes Vigne

Blog do historiador, escritor e professor gaúcho Hermes Vigne, autor de livros como "Trindade do Sul da Serra do Lobo", "Na Vida Tudo é Poesia" e "Belas Histórias Que Papai Contava".

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Hermes Vigne#

Nascido em 9 de janeiro de 1940 em Liberato Salzano - RS, o historiador, escritor e professor Hermes Vigne é autor de vários livros, entre eles "Na Vida Tudo é Poesia", "Belas Histórias Que Papai Contava" e "Trindade do Sul da Serra do Lobo", este último dedicado a contar a história de Trindade do Sul - RS, que o historiador acompanhou desde sua fundação.
Hermes Vigne reside e trabalha, atualmente, como professor, em Trindade do Sul - RS.


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NATAL – COMO VIVI OS NATAIS DOS 3 AOS 81 ANOS#

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                A data mais importante, para mim, sempre foi o NATAL. As primeiras 3 datas, 3, 4 e 5 anos, lembro apenas das balas coloridas, descartadas como se fossem peixes, bolachas e cucas. Sempre uma alegria diferente; colocar um prato com comida para o burrinho do Menino Jesus, ou para o burrinho do anjo da guarda enviado pelo menino, uma vez Jesus não podia passar em todas as casas, daí mandava o anjo da guarda de cada um entregar os presentes. Aos 6 anos foi diferente; eu que preparei o local com o pasto, um punhado de alfafa colhida na lavoura, colocada próximo à porta de entrada. Dormir cedo para acordar cedo mas, o sono custou chegar. Mamãe entrou no quarto. Fingi estar dormindo. Ela pôs a mão na cabeça, acariciou e foi dormir. Como de costume, ela sempre foi a última a deitar.
            O cantar dos galos acordou-me. Dormia no mesmo quarto: o Valdemar, Eu no meio, e o Clorindo. Passei por cima de um deles e fui ver o resultado do meu trabalho. A alfafa não estava mais ali, apenas um objeto redondo, tamanho de uma laranja graúda e, como sempre, balas. Pegue o objeto redondo e estranhei! Fui junto aos irmãos que ainda estavam deitados, sentei com o objeto na mão, e o Valdemar, euforicamente disse: "Ganhou uma bola de borracha!? Deixa ver!” Não deu outra, deu choro engolido. Só conhecia bolas de pano, ou de palha de milho bem arredondadas. Difícil descrever; foi o presente que mais marcou minha alegria! Até hoje, apesar de muitos presentes, nenhum igual àquele!
            Após aquele Natal, continuei aguardando com ansiedade outros natais que demoravam "100 anos” cada um para chegar. Mas, até os 10 anos sempre acreditando na vinda do "Menino Jesus” trazer presentes no Natal. Ninguém entregava ninguém. Porém, até aquela idade, no Natal, os presentes eram balas coloridas, algum chocolate e alguma pequena novidade  em brinquedos; ou chinelos, chapéu, a maioria feitos em casa, com palha de trigo e, mais "adiante”, chapéu de pano e, muitas vezes, uma roupa. Sempre, tudo era novidade coroada de alegria! O "revolucionário” chamado plástico ainda não era encontrado nas vendas. Num Natal, as irmãs mais novas, a Ida e Geni, ganharam uma boneca de louça. Junto estava um bilhete declarando que o presente era par as duas. Algum tempo depois, numa brincadeira com a boneca, deixaram-na cair e virou em pedaços. Aí veio a tristeza e o medo; como explicar!?
            Até aquela época ainda não existia, em nosso interior, o  PAPAI NOEL , era o MENINO JESUS. O NATAL para nossa família, e toda vizinhança, sempre foi festejado, e ainda continua em festas, principalmente entre pais, irmãos, sobrinhos e netos. Aos dez anos fiquei sabendo que os presentes eram os pais que compravam. Que decpção!!! Mesmo assim, deixou saudade da nossa ingenuidade. E assim continuou até com as últimas duas filhas da família, como visto, a Ida e a Geni, ganharam presentes do Menino Jesus. E a festa de Natal ainda não acabou, nem os presentes. Através de "amigos secretos” continuam. Os dois últimos natais, 2019-2020, a assassina e malvada COVID tornou-nos escravos, mesmo assim, cada família comemorou o seu NATAL. Este ano, 2021, o Natal está previsto com cara diferente, um pouco mais extrovertido, mais alegre e mais social. Não sei como e onde, mas haverá comemorações e festas em nossas famílias.    

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