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Hermes Vigne

Blog do historiador, escritor e professor gaúcho Hermes Vigne, autor de livros como "Trindade do Sul da Serra do Lobo", "Na Vida Tudo é Poesia" e "Belas Histórias Que Papai Contava".

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Hermes Vigne#

Nascido em 9 de janeiro de 1940 em Liberato Salzano - RS, o historiador, escritor e professor Hermes Vigne é autor de vários livros, entre eles "Na Vida Tudo é Poesia", "Belas Histórias Que Papai Contava" e "Trindade do Sul da Serra do Lobo", este último dedicado a contar a história de Trindade do Sul - RS, que o historiador acompanhou desde sua fundação.
Hermes Vigne reside e trabalha, atualmente, como professor, em Trindade do Sul - RS.


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  4. A MORTE

A MORTE#

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Nos montes dos Alpes, entre rochas, e poucas criaturas, vivia um jovem casal que, com o tempo tiveram um filho. Assim, como costume de todos os católicos, devia ser batizado. Mas, e os padrinhos? – O Bepi, o Gigi, o Nani ( o José, o Luis, o João ). Não, esses não, devia ser alguém especial. Após certas especulações decidiram dar umas voltas pelo mundo a procura dos padrinhos. Tanto andaram que, sem êxito resolveram voltar. Estando perto de casa encontraram "alguém” que os saudaram. O tal "alguém”, afetuosamente, perguntou o que estavam procurando. "Procuramos padrinhos para batizar nosso filho,” responderam. O "alguém” disse que se quisessem, ele aceitaria. Perguntado quem era ele, respondeu: "Eu sou a Morte”. O casal refletiu um pouco, conversaram com seus botões e acharam que seria interessante, pois todos dependem da morte!
Combinados, foram para casa acompanhados da comadre, batizaram o filho, comeram pão e beberam vinho. Ao fim da ceia a, comadre Morte, pôs-se a disposição do casal e, ao despedir-se falou : " Quando precisarem alguma coisa é só me convidar que estarei à disposição. O senhor, doravante será um médico; enquanto for obediente continuará vivo. Quando servir um doente, eu estarei junto à cama. Quando eu estiver na cabeça do doente, receite-lhe qualquer remédio que melhorará. Quando eu estiver nos pés é porque não tem cura. Nada adianta fazer”, finalizou a Marte.
O tempo foi passando, o compadre medicando, sem problemas vivendo a "vida que a morte lhe deu”. Até que um belo dia foi chamado por um ricaço da região. Lá foi ele, ver o doente. Apalpou-o da cabeça aos pés. Quando chegou nos pés apareceu a COMADRE! Chamou a família ditou-lhe a sentença: "Não tem cura”! A choradeira foi grande e forte. Ofereceram-lhe tudo que haviam. A oferta foi tanta que o compadre apelou pela comadre, forçando-a a colocar-se na cabeça, fazendo sinais para ela curar o doente. Tanto insistiu que a comadre Morte passou para a cabeça. O compadre suado e contente, gritou: "Tragam uma cachacinha com limão, rápidos”! Assim que chegou o cheiro do remédio o doente sentou na cama. O falso médico passou a mão na cabeça, deu-lhe o remédio, pediu que levantasse, que estava totalmente curado. Recebendo o combinado despediu-se, muito agradecido pelos familiares.
Chegou em casa, alegre pelo trabalho, mas logo lembrou do acordo feito com a comadre. Começou a coçar a cabeça, sentir dores e um calorão. Chamou a esposa e sentenciou-o: "Pega o tesoura e corte meus cabelos e a barba, rápida!” – Enquanto cortava cabelos e barba perguntou porquê fazer isso. Ele teve que contar toda verdade. Apôs rapada a cabeça e a barba olhou-se no espelho. Nisso ouviu barulho de gente. Era a comadre! Escondeu-se atrás da porta e pediu à mulher que dissesse que ele não estaria em casa; que teria viajado. A comadre entrou sem abrir a porta e foi perguntado pelo compadre.!  "Não está; ele viajou cedo e não voltou ainda! Acomadre Morte entrou e foi vasculhando e nada do compadre. Não tá não comadre, ele viajou! A Comadre Morte passou a mão na porta, puxou-a e disse: "Não se preocupe não comadre, já que o compadre não está, me serve esse moço aqui!” E sumiram os dois.

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ImprimirReportar erroTags:comadre, foi, cabeça, morte, compadre, doente e casa548 palavras5 min. para ler

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