Imaginem, estimados leitores, um último de ano "Buona fine” e, na manhã seguinte um "Buon princípio” de ano, nas décadas de 1940 até 1955!? Caramba, faz um bom tempo, né? Natal com balas açucaradas, bolachas e, às vezes cucas para animar as festas? Um fim de ano para agradecer, e um primeiro de ano para levantar cedo para, com uma sacola, percorrer a vizinhança, desejando-lhes um "bom princípio de ano novo?!” Isto uma vez por ano. E para chegar outro fim e início de ano levava um tempão que parecia não chegar mais! E lá íamos nós, ora sozinhos, ora em grupos, cada um querendo chegar por primeiro! E lá vinha bolachas, balas com formato de peixe e, nas casas dos padrinhos, às vezes, não sempre, uma moeda. Nos vizinhos mais próximos, ninguém podia ficar fora. "É . . . mas lá . . . nunca dão nada!” – Não importa, tem que desejar um feliz ano novo a eles também! – Isso das seis e meia (os dias nessa data são longos) até o meio dia. O que mais caia na sacola era bolachas. O maior presente que eu ganhei foi da madrinha Olímpia Mezacasa, um tecido para mamãe fazer uma camisa (mamãe era costureira, isto é, sabia costurar).
Como já exposto em outros textos, até 1955, nosso idioma, em casa e na vizinhança, era o "Talian”, mas nós dizíamos o ‘ITALIANO”, era uma mistura de dialetos Italianos, falados no Norte da Itália, d’onde vieram nossos imigrantes. Então, nossos falares, ao chegar na porta da casa, eram: "buon giorno e buon pricípio del ano novo!” – E a resposta, normalmente era: "Grazzie altro tanto, e buona fine!”, E logo alguém trazia algo já preparado para pôr na sacola. Às vezes, vinha também uma moeda que, logo olhávamos o número, "de quanti soldi la zera”. E contenti, sempre avanti.
Não entrávamos em casa nenhuma, ficávamos na escada ou na porta. A tarefa era visitar todos para não fazer "desfeita”, diziam os pais. Um certo ano novo, eu e o Valmor (íamos sempre juntos) não passamos na casa do seu Bepi Schio; eles sempre demoravam a nos receber e só davam bolachas. Passamos retos. Um belo dia encontraram-se papai e o Bepi (José). O danado do Bepi nos entregou ao papai: "I vostri fioi no i ze mia vegnesti lá a casa darme il bom princípio del ano, nó!” – Vossos filhos não passaram lá em casa a desejar-nos bom princípio do ano. – Levamos uma surra, não de tapas, mas de "sermão” grosso e comprido.
Ainda hoje, entre familiares e amigos, ao encontrar-nos, cada um quer ser o primeiro a cumprimenta os outros com um BOM PRINCÍPIO DO ANO, uma vez que o primeiro a felicitar, segundo a tradição, tem direito a um "presente”. Em tão de brincadeira, a gente prepara uma moeda qualquer; uma bala, ou qualquer outro objeto para presentear, caso necessário. BUONA FINE E BUON PRINCÌPIO!
Como já exposto em outros textos, até 1955, nosso idioma, em casa e na vizinhança, era o "Talian”, mas nós dizíamos o ‘ITALIANO”, era uma mistura de dialetos Italianos, falados no Norte da Itália, d’onde vieram nossos imigrantes. Então, nossos falares, ao chegar na porta da casa, eram: "buon giorno e buon pricípio del ano novo!” – E a resposta, normalmente era: "Grazzie altro tanto, e buona fine!”, E logo alguém trazia algo já preparado para pôr na sacola. Às vezes, vinha também uma moeda que, logo olhávamos o número, "de quanti soldi la zera”. E contenti, sempre avanti.
Não entrávamos em casa nenhuma, ficávamos na escada ou na porta. A tarefa era visitar todos para não fazer "desfeita”, diziam os pais. Um certo ano novo, eu e o Valmor (íamos sempre juntos) não passamos na casa do seu Bepi Schio; eles sempre demoravam a nos receber e só davam bolachas. Passamos retos. Um belo dia encontraram-se papai e o Bepi (José). O danado do Bepi nos entregou ao papai: "I vostri fioi no i ze mia vegnesti lá a casa darme il bom princípio del ano, nó!” – Vossos filhos não passaram lá em casa a desejar-nos bom princípio do ano. – Levamos uma surra, não de tapas, mas de "sermão” grosso e comprido.
Ainda hoje, entre familiares e amigos, ao encontrar-nos, cada um quer ser o primeiro a cumprimenta os outros com um BOM PRINCÍPIO DO ANO, uma vez que o primeiro a felicitar, segundo a tradição, tem direito a um "presente”. Em tão de brincadeira, a gente prepara uma moeda qualquer; uma bala, ou qualquer outro objeto para presentear, caso necessário. BUONA FINE E BUON PRINCÌPIO!